Corpo de alagoana morta na Grécia é exumado

O corpo da alagoana Fabiana Santos de Freitas Katsilvelis, morta em 15 de outubro do ano passado, na Grécia, foi exumado nesta quarta-feira (11/2) pela manhã, no município de Matriz do Camaragibe. Determinada pela Justiça Federal, a exumação atende a um pedido feito pelo Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL). Com o exame de corpo de delito, espera-se esclarecer a causa da morte da jovem. Todo o procedimento foi acompanhado por parentes e também representantes da Procuradoria da República em Alagoas (PR/AL).

Três peritos criminais federais, sendo dois médicos e um odontólogo, cedidos pelo Instituto Nacional de Criminalística, são os responsáveis pela condução de todos os exames no cadáver. Para os procedimentos, estão sendo utilizadas as instalações do Instituto Médico Legal (IML), incluindo o instrumental necessário, auxiliares de necropsia e veículo para transporte de cadáveres. Também foi realizado um exame radiográfico no Hospital Geral do Estado.

Na opinião de um dos peritos, o médico Márcio Magalhães Arruda, o fator tempo é uma dificuldade a mais no trabalho, uma vez que Fabiana morreu há quatro meses e, com isso, eventuais provas podem desaparecer. Os peritos também devem solicitar às autoridades gregas exames realizados à época da morte da alagoana, que ainda não foram divulgados. “Temos a informação de que um dos exames teria detectado edema pulmonar, que pode ter sido por uma série de motivos. Portanto, precisamos desse resultado para saber exatamente do que se trata”, explica Arruda.

Pedido

Segundo o procurador da República Gino Sérvio Malta Lôbo, o pedido foi feito à Justiça Federal depois que o pai de Fabiana solicitou à Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL providências para o caso. Em suas declarações, Ataíde Camelo de Freitas apontou razões que o levaram a crer que sua filha poderia ter sido vítima de homicídio. Inicialmente, o caso foi encaminhado para o Ministério Público Estadual, onde o pai de Fabiana chegou a ser ouvido.

Pelo que consta nos autos, o pai de Fabiana disse que a primeira informação que obteve foi a de que sua filha teria sofrido um derrame. Numa segunda informação, foi-lhe dito que Fabiana teria sido vítima de um ataque fulminante. Finalmente, ao observar os documentos que acompanharam o corpo de sua filha trasladado da Europa, constava que a causa mortis teria sido edema pulmonar.

Quando esteve no MP Estadual, Ataíde Freitas apresentou mensagens de texto recebidas em seu aparelho celular poucos dias após a morte, por meio das quais uma amiga de Fabiana informava que ela teria morrido vítima do uso de drogas, quando estaria na casa de um amante. Para a família , que juntou ao processo fotos que mostram que o corpo de Fabiana chegou ao Brasil com escoriações nas pernas e cortes em outros locais, a versão pode ter sido montada para encobrir a verdadeira causa da morte.

Por conta da competência federal, o MP estadual encaminhou todo o procedimento para a Procuradoria da República em Alagoas, que instaurou procedimento administrativo para investigar o caso. Diante da possibilidade de ter havido um crime, o procurador Gino Lôbo requereu à Justiça a realização da exumação e do exame de corpo de delito.

Em sua decisão, o juiz substituto da 2ª Vara Federal, Sérgio Brito, afirmou que em caso “até então hipotético de crime cometido, no estrangeiro, contra brasileiro ou por brasileiro”, a Justiça Federal é competente para atuar. O exame de corpo de delito poderá identificar a existência de vestígios materiais deixados no corpo de Fabiana que possam indiciar a ocorrência de crime.

O resultado do exame servirá como subsídio para que o Ministério Público Federal possa concluir se houve ou não homicídio e posteriormente tomar as providências com vistas à responsabilização dos seus agentes.

Luiza Barreiros e Wladymir Lima

Assessoria de Comunicação

Procuradoria da República em Alagoas

(82) 2121 1478/8835 9484

luiza@pral.mpf.gov.br

Por: Ana Márcia Costa Barros
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