Júri popular por morte de índio Xucuru-Kariri ouve testemunhas de acusação
Foi iniciado o primeiro julgamento na Justiça Federal em Arapiraca - 8ª Vara Federal, na manhã desta quinta-feira, 10 de novembro. O Tribunal do Júri é presidido pelo juiz federal substituto Gilton Batista Brito. São réus acusados de crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe, à vingança, conforme ação penal do Ministério Público Federal (MPF): José Elson Ricardo da Silva e Itamariano Ricardo da Silva, além de Dorgival Ricardo da Silva, que por não se saber do seu paradeiro, teve o processo desmembrado e suspenso dos demais. As partes são índios da tribo Xucuru-Kariri, de Palmeira dos Índios/AL.
As vítimas José Cícero Ramos dos Santos e seu pai Manoel Salustiano dos Santos foram atingidos por vários tiros, sendo morto José Cícero, no dia 12 de outubro de 2008, nos arredores do Sítio Jarra, zona rural de Palmeira dos Índios. O pai conseguiu escapar.
As famílias “Ricardo”, dos acusados, e a família “Macário”, a qual pertencem as vítimas, segundo o MPF, estariam em conflito pelo controle de terras há mais de 10 anos.
Num depoimento emocionado, o pai do índio assassinado em emboscada, Manoel Salustiano, 59 anos relatou os fatos no dia do crime e respondeu as perguntas da acusação e da defesa, formada pelos procuradores da República, José Godoy e Samir Cabus e do advogado Lutero Beleza.
Nesse momento, prosseguem os depoimentos de testemunhas de acusação. Uma delas depôs em sigilo, por se sentir ameaçada. A previsão é que o julgamento possa estender-se até amanhã. O Conselho de Sentença é formado por cinco homens e duas mulheres.
Assessoria de Comunicação
Justiça Federal em Alagoas