Fazenda da Ufal: Justiça tenta solução negociada para ocupação

Com a meta de encontrar uma solução negociada para a ocupação da Fazenda São Luiz, de 293 ha, pertencente à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no município de Viçosa, o juiz federal da 7ª Vara, Frederico Wildson da Silva Dantas realizou nesta quinta-feira, dia 9, mais uma audiência de conciliação, com a participação da Ouvidoria Agrária do Incra, trabalhadores, Ufal e Prefeitura de Viçosa. Ficou acordado que as 110 famílias ocupantes, das quais 72 cadastradas pelo Incra, não deverão efetuar plantio, enquanto o órgão negocia a compra de uma outra área para assentá-las, até o dia 19 de dezembro, data da nova audiência.

Apesar de representados por uma comissão de trabalhadores, o magistrado solicitou a presença de todas essas pessoas às 14 horas, no dia 7 de dezembro para uma audiência pública, no auditório da Justiça Federal. Ele vai explicar o andamento das negociações para uma saída conciliada do conflito agrário, pois a comissão não se achou competente para decidir por todos.

“O objetivo é esclarecer dúvidas e explicar a real situação do processo para essas famílias, com o objetivo de confirmar e estabelecer de forma definitiva o compromisso de cada uma dela em uma possível solução negociada”, afirmou Frederico Dantas. A Prefeitura de Viçosa se encarregará do transporte das famílias para Maceió.

O representante da Ouvidoria Agrária Nacional, Sadi Pansera ressaltou a decisão do juiz federal Frederico Dantas de ouvir e explicar o andamento do processo às famílias. “A Ouvidoria do Incra irá participar dessa audiência pública”, garantiu.

O representante dos posseiros, José Vieira de Lima, ciente do direito da Ufal, declarou sua intenção em colaborar com as negociações. “Só não queremos passar fome, por isso estamos esperando outra terra para plantar”, falou.

Alguns proprietários da região serão abordados pela ouvidora agrária regional do Incra, Katiúcia Mendes Santos, sobre a possibilidade de compra da propriedade. As terras deverão ser vistoriadas, para que, na próxima audiência estabelecida para 19 de dezembro, haja uma solução ao conflito.

O vice-reitor da Ufal, Eurico de Barros Lobo Filho falou da necessidade da instituição em retomar a propriedade, onde desde agosto funciona o curso de Medicina Veterinária, hoje com 37 alunos, salas de aula e laboratórios. Há ainda uma preocupação com a situação de degradação ambiental em que se encontra a fazenda, necessitando ser recuperada.

Segundo o diretor do Centro de Ciências Agrárias (Ceca), da Ufal, Paulo Vanderlei Ferreira, os estudantes de Agronomia e Zootecnia também necessitam do espaço para eventuais aulas práticas.

“A Ufal tem interesse de utilizar toda a área da fazenda, ficando apenas como hipótese alternativa, a inclusão de algumas dessas famílias num possível projeto de extensão, caso não haja outra solução”, explicou a procuradora da universidade, Valéria Carneiro Lages Ressureição.

Ana Márcia 2122-4172 anamcb@jfal.gov.br

Por: Ana Márcia Costa Barros
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