Fazenda da Ufal: Justiça recebe ocupantes em audiência pública
Com o objetivo de encontrar uma solução negociada para a ocupação da Fazenda São Luiz, pertencente à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no município de Viçosa, o juiz federal da 7ª Vara, Frederico Wildson da Silva Dantas, recebeu na tarde desta quinta-feira, dia 7, cerca de 100 trabalhadores representantes das famílias que ocupam a fazenda, de 293 hectares. A audiência contou com a participação da Ouvidoria Agrária Nacional do Incra.
Frederico Dantas explicou aos trabalhadores todo o andamento do processo e ouviu reclamações sobre o gado pertencente à Ufal, que estaria destruindo as roças plantadas por eles.
“É preciso entender que a fazenda pertence à universidade, mesmo assim não acredito que esse avanço do gado sobre as roças seja algo intencional”, disse o magistrado, que vai discutir o problema na próxima audiência, marcada para o dia 19 de dezembro.
Ficou acordado que até este prazo, os posseiros não deverão efetuar plantio. Nesse período, o Incra vistoria e negocia a compra de uma outra área para assentá-las. A nova área deverá ser adquirida por compra direta, processo que tem tramitação mais simples e mais rápido que a desapropriação de terras, explicou o representante da Ouvidoria Agrária Nacional, Sadi Pansera, durante a audiência.
Sadi ressaltou a decisão do juiz federal Frederico Dantas de ouvir e explicar o andamento do processo às famílias.
Os ocupantes da fazenda designaram ainda uma comissão de trabalhadores, para os representá-los nas próximas audiências, a pedido do juiz federal Frederico Dantas.
“O objetivo é esclarecer dúvidas e explicar a real situação do processo para essas famílias, com o objetivo de confirmar e estabelecer de forma definitiva o compromisso de cada uma dela em uma possível solução negociada”, afirmou Frederico Dantas. A Prefeitura de Viçosa se encarregou do transporte das famílias para Maceió.
O representante dos posseiros, José Vieira de Lima, ciente do direito da Ufal, declarou sua intenção em colaborar com as negociações. “Só não queremos passar fome, por isso estamos esperando outra terra para plantar”, falou.
A Ufal necessita retomar a propriedade, onde desde agosto funciona o curso de Medicina Veterinária, hoje com 37 alunos, salas de aula e laboratórios. Há ainda uma preocupação com a situação de degradação ambiental em que se encontra a fazenda, necessitando ser recuperada.
Segundo o diretor do Centro de Ciências Agrárias (Ceca), da Ufal, Paulo Vanderlei Ferreira, os estudantes de Agronomia e Zootecnia também necessitam do espaço para eventuais aulas práticas.
Ana Márcia 9308-6005
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