Litigância predatória: evento vai até esta sexta no hotel Ritz Lagoa da Anta
O primeiro dia do evento jurídico “Litigância predatória: gestão e prevenção do aumento indiscriminado de demandas”, nesta quinta-feira, 14, trouxe palestras para instruir advogados, magistrados e estudantes da área do Direito sobre a prática, que tem provocado estudos diversos. O evento acontece até esta sexta-feira, 15, no hotel Ritz Lagoa da Anta, no bairro de Cruz das Almas, em Maceió.
A abertura da programação contou com a presença diretor do Foro da Justiça Federal em Alagoas (JFAL), juiz federal Aloysio Cavalcanti Lima; o presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), desembargador federal Fernando Braga; corregedor regional do TRF5, desembargador Leonardo Carvalho; procurador-geral da União, Marcelo Eugênio Feitosa; presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), desembargador Fernando Tourinho; diretor da Escola de Magistratura Federal da 5ª Região (Esmafe5), desembargador federal Roberto Machado; desembargador federal Rubens Canuto; vice-presidente e corregedor do Tribunal do Trabalho da 19ª Região, desembargador João Leite de Arruda Alencar; presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB-AL), Vagner Paes; e o gerente jurídico regional da Caixa Econômica Federal (CEF), Ricardo Siqueira.
O presidente do TRF5, desembargador Fernando Braga abriu a programação. Ele agradeceu a presença de todos, enquanto reforçou a importância e o compromisso do evento para o combate à prática do excesso de processos sem critérios junto ao Poder Judiciário. “É um evento de grande significância. Teremos a oportunidade de discutir com especialistas esse fenômeno que surgiu no tocante ao número de processos que vêm aparecendo. O impacto é muito grande. Precisamos fazer a distinção daquele processo que busca o Judiciário e que vem a simular alguma pretensão. Identificamos as demandas como litigiosidade excessiva e as predatórias”, disse o desembargador.
Para o diretor do Foro da JFAL, juiz federal Aloysio Cavalcanti, a realização de um evento que discute uma causa tão importante é motivo de satisfação. “A JFAL tem satisfação em receber um evento que debate esse fenômeno processual que ocorre quando há um excesso em demandas que nem sempre representam a verdade. Recebemos palestrantes e órgãos que, diariamente, se deparam com esse assunto. O poder Judiciário tem recebido um excesso dessas ações. É um desafio e todo órgão de Justiça que se vê assoberbado com essa quantidade expressiva de ações e ainda deve lidar com várias outras demandas”, explicou o magistrado.
O corregedor regional do TRF5, desembargador federal Leonardo Carvalho, disse que o evento havia sido pensado, inicialmente, para atender apenas a magistrados mas, devido a abrangência e importância do tema litigância predatória, decidiu-se pela sua ampliação. “Resolvemos atender a advocacia em geral”, justificou. O gerente jurídico regional da Caixa Econômica Federal, Ricardo Siqueira, disse que o litígio tem impacto não só no meio judiciário, mas perante a sociedade, de forma geral.
A conferência de abertura do evento foi conduzida pelo professor associado de Direito Processual Civil da USP, Paulo Lucon. De forma didática, ele explicou o impacto que a prática tema do evento provoca nas ações judiciais, ao superlotar o Judiciário. “A litigância predatória se resume no abuso do Direito e do processo em si. É algo que envolve custas, valores de processos”, resumiu.
O procurador-geral da União, Marcelo Eugênio, proferiu a segunda conferência de abertura e, na sequência, o painel 1 da programação discutiu o tema “A litigiosidade como fenõmeno complexo”, conduzido pelas juízas federais Priscilla Pereira da Costa Corrêa e Acácia Regina Soares de Sá, ambas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Litigância predatória
A prática consiste na provocação do Poder Judiciário mediante o ajuizamento de demandas massificadas, com elementos de abusividade, fraude ou até mesmo ambas.
O evento continua nesta sexta-feira, 15. O segundo dia será destinado a palestras sobre a litigância e sua problemática. Confira abaixo a programação:
Dia 15/09 (sexta-feira):
9h – 10h30 - Painel 2:
“Litigância predatória e Centros de inteligência.”
- Des. Fed. do TRF5 Roberto Machado (Presidente)
- Des. Fed. do TRF5 Frederico Wildson da Silva Dantas
- Dr Marcelo Eugênio Feitosa Almeida, Proc. Geral da União
- Juiz Federal Marco Bruno de Miranda Clementino
- Juíza do Trabalho Roberta Ferme
- Dr. Walter José Faid de Moura
11h - 12h30 - Painel 3:
“Litigância predatória em demandas envolvendo programas habitacionais”.
- Des. Fed. do TRF5 Paulo Roberto de Oliveira Lima (Presidente)
- Des. Fed. do TRF5 Leonardo Coutinho
- Dr. Ricardo Siqueira (Ger. Jur. Regional da Caixa)
- Dra Raquel Aparecida da Silva (Ger. Jurídica da Caixa Florianópolis).
- Dr. Denarcy Souza e Silva Júnior.
14h30 – 15h30 - Painel 4:
“Litigância predatória e demandas previdenciárias”.
- Des. Fed. do TRF5 Rubens de Mendonça Canuto Neto (Presidente)
- Dra. Márcia Eliza de Souza - Proc. Coord. de Ações Prioritárias da PFE INSS em Brasília
- Dr Nelson Felix do Nascimento - Procurador Federal em Alagoas
- Dr. Daniel Martiniano Dias, Tesoureiro da Esc. Sup. da Advocacia de Alagoas
15h30 - 16h30 - Painel 5:
“A litigância predatória e o Sistema Único de Saúde”.
- Des. Fed. do TRF5 Paulo Machado Cordeiro (Presidente)
- Dra. Cristiane Souza Fernandes Curto, advogada União, Proc. Nac. da União de Políticas Públicas
- Dra. Maria Heloísa de Sena Pinheiro, advogada da União, chefe do Núcleo Especializado de Saúde Pública
- Dr. Diego de Paiva Vasconcelos (advogado e prof. universitário)
16h45 - 18h - Painel 6:
“A Diretriz Estratégica no 6 do CNJ para 2023: monitoramento da litigância predatória pelo Poder Judiciário”.
- Des. Fed. do TRF5 Leonardo Carvalho (Presidente)
- Conselheiro Marcello Terto e Silva (CNJ)
- Juiz Federal Alcides Saldanha
- Juiz Federal Bruno Carrá